segunda-feira, setembro 18, 2006

ô chuva memória

Ô chuva cai de vagar
Pois saudade eu sinto
Da chuva de meu lugar
E quando lembro de lá
Da vontade de voltar.

Porque lá quando chovia
Correndo pru mei da rua
Festejar eu logo ia.
Naquelas chuvas de vento
Sibita doida no tempo
Batendo em cada portão
Pra chamar toda cambada
Beber chuva esparramada
Das janelas do sertão.

Céu bunito pra chover!
Pru meu açude sangrar
Antes que a chuva acabasse
Deus parasse de chorar,

com os labios roxos de frio
Nas bicas bocas de jacaré
Da casa paroquial
Ali do lado da usina
No tempo de eu menina
No dito berço imortal.


(Recife, 2001)

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