sábado, julho 27, 2013

gelos secos

como tem andado olga
pra onde vai a máscara neutra de cada dia
de que serve a verve
água de chocalho
calhou de alga
anaíra no processo
nua na neutra família
só na arma da armadilha
lembra odília
é babá de crianças na rua do lado
se engraça da matéria da vida no luto da trasfomação sutil
marina no gol do impulso
aninha na filosofia filha
luciana mãe redescobrindo a arte em si
germano na mesma flor do espiral
todos no mesmo barco
aparente, diferenças
um fio liga a massa
uma teia de viola
lívida vida
cláudio na graça peleja
no abraço de dora
nos olhos de leo
rafael no espelho da cama
rio do espelho do ventre
e fim do curso na educação
professa a profissão
caminhos na subsistência
no par
no casal
no funil
no alambique do panteísmo
o adulto bate na porta
parece um demônio pedindo pra ser encarado
dizendo coragem com os olhos
parece minerva séria
com uma coruja grande no ombro
pronta a te engolir os olhos
e o tempo é de enfrentamento
e olhos secos

domingo, julho 07, 2013

clenice-wood


(à mainha)

Toda a graça, legastes
O exemplo e a quimera
Força-luz que reverbera
Sentido têxtil da haste

Bandeira que encaminhastes
Fincada no chão que gera
Entre sol e primavera
Fostes encontro, e gerastes

És potente na cadência
Humana, flor de essência
Companheira que anima

Copa grata florescida
Mais que isso, agradecida
Parceira de canto e rima

thiago

menino de caruaru
que brincava de telejornal
que virava as cadeiras de balanço
que brincava comigo

menino de são joão
de rosário, de xangô
menino thiago mouro


menino thiago terno
da revolução riscada no quarto
da devolução do livro na biblioteca da faculdade
da disciplina de estudar só

tio thiago, thiago tio de sofia
namorado do namorado, da filosofia
amigo do ex, amigo do que não foi

sem barreira. thiago antigo
amigo que deita e cose
cozinha santa de calcanhar


domingo, maio 05, 2013

soneto solto pra irmã Natascha que foi morar no Rio de Janeiro


você foi mas deixou um sentimento
e um cheiro de chavo e canela,
uma Oxum bem feliz e amarela
que adoça e dá contentamento

quando lembro de ti, o sofrimento
se transforma em amor e confiança,
se refaz e sorri feito criança,
que abundante deixastes alimento

és irmã, e feliz eu sou em tê-la,
pois o espelho transborda e revela
na verdade amorosa do olhar

se estás longe, estás perto, sempre estás...
tens a força das curas ancestrais
do encontro do rio com o mar