quinta-feira, novembro 30, 2006

lundu total


uma desconsolação de quem não sabe andar
constante essa busca humana minha
preto branco e bé de cabra
leite, vó e tardesinha
sem ser só de tanta gente
(deus me livre ser discrente)
minha prima, amigo, mote
miolo de pote
mas é pequena a cidade
toda ela é vizinha, é de idade
pacata, e verde amarga raiz forte
quase oriente, quase médio
tão boa, mas quase tédio
me ensinou tanta coisa linda
e parece que ensina ainda
distãncia, aspereza, chão
lidar com a inquietação
Irã, Palestina, Afeganistão
inquisição, inquisição, inquisição.

uma ave voou dentro de mim
uma ave que não voa
(- uma ave que não voa voou pra dentro de mim???
que nada!!!)
uma ave que nada,
e tem um oceano no olhar...
que bonito!

Se cria?!

querido não sei não
é uma situação estranha
que agonia a pessoa
mas é bom que eu saiba 
que nem tudo que a gente quer 
a gente tem...
eu tenho a impressão 
de que já sei disso
mesmo assim 
continuo querendo
continuo querendo
mesmo assim..
num é ruim?!
tu deves saber disso
ter passado por isso...
um zumbido no ouvido, um fastio, ...
um rio bem grande 
que a gente tenta
represar, e num consegue...
aí que fuínha, que bucho agitado
olha meu estado!

se cria?...
poesia tem
mas é um cumê sem mistura,
um xerém tão seco,
tão salgado.

algum novembro da vida


Ainda bem
Que você cortou essa ração que me fornecia
Deixou de alimentar minha poesia
Meu vão

Agora, ainda bem
Já consigo entender melhor
E como mulher me proponho a ser gente
E diferente de antes me ponho a nossa frente
E te proponho voz

Nesse instante, ainda bem
Que você entende
E estende um pouco mais teu varal de roupa pra perto de mim
Que inda apesar de molhada e condensada
Que pouco evapora de quase nada que pinga no fim

Ainda bem
Que mesmo que pouco ainda
-e até pelo veto-
Eu, comigo, consiga
aprender amar-te
como se ama a um neto.