segunda-feira, julho 18, 2005

algarobas

Meu amigo onde está teu sangue azul
Santa cruz te ilude a alva pele
O que manchas talvez também te mele
Não me ofenda ofendendo o pajeú
É mais belo dizer: tome no cu
Como um sábio ditado em chinês
Sendo a planta a respiração da tez
Quem destrói não é muito inteligente
Cai um pé de algaroba inocente
Sobre os pés da brutal estupidez.

Essa planta parente de bombril
Pois que tem mil e uma ultilidades
Vem comendo o pão que amassou hades
Alcançou essa terra de estiu
Africana trazida pru brasil
Que agora já fala matutez
Faz lembrar a revolta dos malês
Que ouvi duma negra resistente
Cai um pé de algaroba inocente
Sobre os pés da brutal estupidez.

Cai um pé de algaroba inocente
E eu volto a questão da realeza
Recordando uma história de tristeza
E trazendo a lição para o presente
Uma história passada no oriente
Que falava espanhol cum portuquês
Coroaram já tarde a bela Inês
Mas que hoje se encontrem novas porta
Que não mais caia essa sombra morta
Sob os pés da brutal estupidez.

Nessa terra de angico e baraúna
De juá, barriguda e mulungú
Vem o homem que arranca e deixa nu
Caatinga pra ver se vira duna
Rogo, peço pra são bento do una
Pois são zé abalou-se de repente
Não enxerga um palmo a sua frente
E o dinheiro é que elege novos reis
Sobre os pés da brutal estupidez
Mais um pé de algaroba inocente.

Vem as leis naturais, o tsuname
E as leis imorais, desmatamentos
Enfrentar a força dos elementos
Faz o homem passar muito vexame
Ele próprio cultiva seu desmame
Mata mãe e irmãos, faz suas leis
Não percebe tamanha insensatez
E às vezes até se diz um crente
Cai um pé de algaroba inocente
Sobre os pés da brutal estupidez.

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