quarta-feira, junho 01, 2022

Voltando ao mapa da fome

 

Voltando ao mapa da fome

Geografia maldita
A que a escassez envolve
vazio o bucho revolve
fome que se reedita
cartografia esquisita
a de um povo que não come
enquanto o rico consome
o que quer, o que deseja
o pobre somente almeja
procura e logo lhe some

O Brasil tinha saído
mas já entrou novamente
e aquele despresidente
pode ser atribuído
um país acometido
por um desmonte imoral
se falta o essencial
pode saber que é por gosto
e essa corja tem rosto
são a face desse mal

Besta fera apocalíptica
corrói tudo feito praga
envenena, deixa a chaga
em sua anti-política
de fake faz sua mítica
mortifica e condena
volta a miséria pra cena
numa sordidez infame
queremos outro ditame
que refigure o poema

Alegre foi ter saído
daquela extrema pobreza
já se via mais beleza
de um tempo bem vivido
país melhor conduzido
tava num rumo melhor
mas voltamos ao pior
e ainda mais apurado
com um nazi chefe de Estado
pense num momento o ó

Recordo na minha infância
pela porta um: “Tem cumê”
coisa triste de se vê
miséria e mendicância
em paralelo à ganância
um projeto que tem nome
e enquanto o povo não come
o rico ostenta um pernil
É triste ver o Brasil
voltando ao mapa da fome

Um país adoecido
vai além da pandemia
não cabe na poesia
o quanto se tem sofrido
um cansaço estarrecido
um ambiente hostil
mais um que morre de frio
outra barriga a roncar
a fome achando lugar
é retrato do Brasil

muito desvalorizado
o sal do nosso suor
endereçado ao pior
o povo escravizado
tudo super faturado
o rico enricando mais
discrepâncias sociais
tributos sem repartir...
Mas se a gente se unir
Derruba esse Satanás 


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