domingo, julho 06, 2025

eclipses

Escrevo sem tinta
Sem alarde 
Mas ainda assim
A escrita fugaz das telas
Fica aqui, mas logo some
Nos mecanismos 
Digitais

Escrevo apagada
Como quem some
Entre escombros

Tento escrever sobre
Essas almas
Corpos que vejo nas telas
E aqueles que sequer vejo
Que somem com suas memórias
Na poeira

Uma criança que pergunta ao tio
"Meu pai inda está vivo?"
Ao vê-lo no chão amarelo
Ao tentar buscar comida
A falsa ajuda
que nada tem de humanitária 

Um cotidiano de cenas

A rima ao som entoado
Dos palestinos que cantam
Apesar dos sons de morte

Solares,
Trazendo eclipses
Nas luas de seus versos

 

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