quinta-feira, junho 05, 2025

não quero ser a poeta triste

Não quero ser 
a poeta triste
que os outrxs 
reparam com pena

Quero a coragem
dos que sonham
E acreditam

Não quero 
um delírio-precipício 
Espatifado na queda

Quero a coragem
dos pés
Buscando o chão nutriz
Enraizando o sonho
Na terra

Eu quero a coragem
Dos que amam 
E profetizam
O amor
Na vera

Aqueles que fazem a hora
Que criam à história
Surfando os medos

Quero criar barcos
Pontes, e cafés bibliotecas
Lugares de conversa
De olhos
Nos olhos

Alimentar o analógico
O desplugado
Carregar-se do outro
Escuta, ombro, colo
Abraço 

Mãos dadas
Ciranda na praia
Banho de mar
Energia do Sol

Quero ser fresta
Onde estiver
Que esteja
bem firmemente encarnada
Pra trocar

Dar e receber
as narrativas 
do mundo
E o desmundo
Mundovirar

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