quinta-feira, novembro 14, 2019

No caminho do mar tinha flor e cura

Mote de Tonfil

Inquietante pensar
Que o desamor possa haver
Que mal se possa fazer
Que a vida possam roubar
A beleza violar
Mudando o rumo da estrada
Essências violentadas
Perguntamos até quando
Eu vi as plantas velando
Mil flores despetaladas

Sob leis eclesiais
Hipocrisia imperante
Alguns direitos vitais
Tomaram tom dissonante
O proscrito e o errante
Voz que quiseram calada
Sabedoria queimada
Em fogo se transformando
E a natureza velando
Mil flores despetaladas 

Mil flores despetaladas
Estrada e terra que voa
Espinhadeira corroa
Na Crística caminhada
Porém a nossa pisada
Tem passo forte de estado
Caminho abençoado
Pela mãe compadecida
Que gera, cuida e dá vida
Ao que outrora foi velado.

A força do feminino
Nos encoraja na fé
A graça de ser mulher
E entoar nosso hino
Um encanto peregrino
Entorna a face cansada
Sabedoria sagrada
De uma verdade se dando
Mil flores desabrochando 
Na consciência da jornada

Nasceu de mim dois mistérios
Duas riquezas carnais
Brisas espirituais
Desceram dos céus etérios
Pensamentos deletérios
Já não sustentam morada
Abranda a dor esgarçada
Em parto pleno se dando
Pedra e mar desaportando
Dessa flor desabrochada

Um mareio encarnado
Veio esgarçando a fresta
Serena sua seresta
Sereno o seu estado
Sereias em seu legado
Um rio virando mar
Um uivo soa lunar
Na voz de todos os santos
Mil bruxas saúdam o encanto
De seu retorno para cá





Nenhum comentário: