Na foz do meu peito preso
Mora um grito excluído
Silencioso estampido
Calado parece ileso
De animal indefeso
Deu-se em fera encarcerada
Sob a lua enevoada
Sonha a ancestral serpente
Fluxo d'água corrente
Correnteza em retomada
Dou um grito de terror
Sofrendo a dor de outrxs tantos
Ouço os tambores dos Bantus
Aos ancestrais dou louvor
Encontro em mim o sabor
Que havia esquecido
Do genipapo moido
Uma memória que sente
Fluxo d'água corrente
Sob o veio ressequido
Queria encontrar alento
Em um colo ancestral
Uma força natural
Novamente achar intento
Mas parece que o momento
Me Impele à solitude
Sigo o som de um alaúde
Que guia em tom diferente
Tento ser resiliente
Achar no nada a virtude
Um rio reinventado
Passeia no meu trilhar
Círculo o mesmo lugar
Entre pedras o meu nado
Podia ser meu agrado
Lagoa sem movimento
Em cada peixe um lamento
Como se fosse pra gente
Fluxo d'água corrente
No despertar do momento
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